terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O Cálice

Namastê!

 Sejam Todos Novamente Bem Vindos À Escola Espiritualista Luzes Dos Mundos!

Amigos e amigas, confrades do meu coração.
 volto hoje com mais uma postagem. Dessa vez um pouco diferente do costume desse blog, pois iremos sair um pouco da biosfera do assunto de espiritualidade e iremos falar sobre cultura, história e o que vim pela frente.
 Muitas pessoas vem reclamando que não esta tendo postagem todos os dias como fazíamos no ano passado.
 Eu gostaria apenas dizer que muitas coisas mudaram em minha vida e estou agora com muito pouco tempo. 
 Estou me preparando para fazer muitas coisas em nível físico e já estou fazendo outras em nível físico e fica humanamente impossível escrever.
 Alias, depois de um tempo usando a ferramenta criada pelo Professor Hélio Couto muitas coisas em mim mudou, juntamente com os meus pensamentos.
 E agora não sinto mais aquela necessidade de ensinar, de fazer estudos como antigamente. A necessidade agora é de aprender e de praticar aquilo que tanto já falei.
 Até por que a verdade está dentro de cada um de nós e não precisamos de algo externo para nós orientar. Basta apenas entrar dentro nós mesmos.
 O que podemos fazer é criar uma dialética, um espaço para trocar sentimentos através da língua que possivelmente pode guiar uma reflexão dentro de outra pessoa. Mas não é o suficiente para causar uma mudança.

 O que gostaria de compartilhar hoje com vocês é relembrar um grande poeta que viveu em nosso solo Brasileiro que embora não cantava temas espirituais tinha dousuras nas palavras e sabia manusear bem as palavra para que as mesmas toquem o coração.
  Para atingir a iluminação precisamos equilibrar a emoção e a razão. Por isso que hora encarnamos como homem e hora encarnamos como mulher. Exatamente para se trabalhar os dois lados da situação.
 E esse poeta que trago hoje a vocês conseguiu desenvolver o lado da emoção muito bem estando encarnado como homem e para nós é um grande exemplo.
  Estou falando do grande cantor, poeta Brasileiros, que grande contribuiu para a nossa cultura Chico Buarque.

 E para relembrar essa pessoa maravilhosa gostaria de trazer a música dele chamado Cálice.
 Para ouvir a música >>>Clique aqui<<<
 A letra:

Cálice
Chico Buarque

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça


 Eu não sei o grau de entendimento de cada um e não sei se todos viveram esse lado emocional para entender a música.
 Então mesmo que pareça obvio eu irei contar a vocês sobre o que ele se referia nessa música.
 Durante a ditadura militar muitas coisas forram censuradas e qualquer tipo de questionamento a ditadura também era censurado.
 Por causa disso muitos cantores ou poetas quando criavam músicas questionando e reclamando da ditadura precisava de fazer tudo em metáforas pois caso fala-se diretamente era totalmente censurado e não divulgado.
 O cálice que ele se refere a música é a ditadura.
 E todo o resto da música é fácil de entender se você considerar que o cálice é a ditadura militar no Brasil.

 A beleza e maestria da música mostra totalmente o sentimento que ele teve em relação aquela situação e demonstra também o quanto evoluído estava o lado emocional desse homem.
  Uma pena na atualidade não ser comum a re-memorização de grandes nomes como esse.

 Gostaria de hoje apenas trazer isso e levar a todos nós a refletir sobre como expressar os sentimentos.
 Espero que tenham gostados desse tipo de postagem.
 Grande abraço a todos.

Namastê

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