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Como todas as Quintas-Feiras hoje falaremos sobre a bíblia. Analisando as traduções e interpretações. Sobre tudo sobre uma óptica e hermenêutica Judaica para uma boa compreensão dos textos.
Semana passada tivemos uma postagem onde eu me propus em demonstrar novamente que Satanás não é uma entidade e sim um sentimento de oposição.
Alguns amigos evangélicos protestantes me questionaram muito sobre o primeiro Capitulo de Jó onde segundo "eles" relatam a história do anjo caído que só existe no Cristianismo atual moldado pelos concílios da igreja católica e no Paganismo e que nunca fez parte da cultura e crença do povo Judeu.
Então Resolvi fazer a tradução e interpretação correta do primeiro capítulo de Jó, mas antes disto preciso dar o contexto sobre o livro de Jó. Afinal apenas assim fará sentido o que irei dizer.
Então hoje iremos apenas desvendar o Livro de Jó.
(O texto de Hoje está muito grande, pelo número de informações apresentadas no decorrer do mesmo, então sugiro que começa a ler apenas quando estiver com um período grande de tempo a disposição.)
O livro de Jó.
O protagonista do livro não foi Hebreu, mas habitava em um país que era chamado de Hus.
Existe muita dificuldade de traduzir o nome de Jó. Em hebraico está אִיּוֹב ; transladado seria: Iyyov;
Se olharmos pela Raiz "Payab" significaria "Ser inimigo". E poderíamos interpretar como Inimizade ou inimigo inveterado.
Existe duas possíveis formas de tentar entender o motivo do nome: A primeira Jó poderia ser como aquele que tem uma inimizade inveterada frente a Deus. Na segunda, de contra partida, Jó seria uma vítima da cruz aposta entre Deus e Satã.
Mas a contra versa é que ele não era Hebreu, mas sim Árabe. Então olhando pela raiz Árabe seria: em árabe: أيّوب ; transladação.: Ayyūb, Esse nome significa "voltado sempre para Deus",
Logo fica de escolha de quem ler sobre o sentido do nome.
A palavra em Hebraico "Yyob" (Jó) pode ser uma referência também ao termo Ebah(inimigo), assim podemos interpretar que Jó significa "Odiado ou perseguido".
Isso ficaria sustentando no contexto que Jó sofreu nas mãos de Deus.
O povo Judeu gosta muito de fazer trocadilhos com nomes, como já vimos em outros textos, e neste não seria diferente.
Vejamos um trocadilho em Jó 13:24 onde ele lamenta ser "inimigo" de Deus.
Dando um bom trocadilho para pensar.
Outro grande problema é o estado de conservação do texto e as versões existentes. Não existe certeza se o texto que se tem hoje como original é o mesmo do que era. Isso Gera grande polemica nas maiores escolas Judaicas do mundo até hoje.
De ponto de vista textual, Jó é uma das obras mais difíceis de ser traduzida. Tudo isso por dois fatos:
Primeiro: Existe diferenças existentes nas versões antigas e nas modernas. Tornando o texto divergente e não dando para saber quais estão realmente corretos.
Segundo: Praticamente todos os tradutores não conhecem bem cultura Judaica e suas primícias, tendo uma visão Ocidental ou em outrora uma visão não Judeu do texto. Dificultando a verdadeira tradução.
Tudo isso pelo fato de os tradutores negarem pedir ajuda aos Judeus, com o medo de estes mesmos colocar suas convicções religiosas sobre o texto.
Mas o que eles não levam em consideração é que se tem alguém que conseguirá interpreta de forma correta o texto é um Genuíno Judeu. Afinal é nativo da língua e tem em sua raiz toda a cultura. Dando consigo todos os aspectos culturais e histórico para a tradução.
Nas Cópias de "TM" é consideravelmente mais longo do que a "LXX". Essa versão possui certa de 100 versículos a menos.
Existe também muitos Hápax Legomena no livro, isto é, termos que são "ditos uma só vez" e muitas palavras raras.
Alguns acreditam que a tradução grega considerou desnecessária traduzir algumas partes do texto.
Já o à Peshita(versão do antigo testamento, que foi escutada, provavelmente por cristãos de origem judaica no século I ou II d.c), por ser uma tradução do Hebraico, é útil para esclarecer alguns pontos obscuros. O Targum oferece numerosas curiosidades, mas não ajuda na compreensão do Hebraico. Alguns pesquisadores gostam de utilizar a Vulgata para fazer o análise e tirar dúvidas, mas bem sabemos o quanto esta foi manipulada pela igreja, perdendo toda a credibilidade.
Nos Cânon, isso é no Tanakh, Jó faz parte dos Ketubim que é traduzido como "Outros Escritos".
Sempre que vamos estudar algum livro é indispensável analisar quem escrever, afinal apenas analisando quem escreve que tiramos de qual angulo que iremos ler e analisar a obra.
Então quem escreveu?
Es outro grande e enorme problema.
Se é difícil encontrar uma solução para o título para o texto a ser usado, imagina como é difícil falar quem escreveu e quando escreveu.
O Autor ou redator final é até hoje um grande mistério.
Dizem ser anônimo considerando que o livro é escrito em forma de composição de música.
Para saber sobre quem escreveu, normalmente os critérios que usamos é dos mais variados como: aspecto linguístico, cultural, dependência literária e conteúdo teológico.
Mas até nisto temos grandes complicações.
De ponto Linguístico:
A língua hebraica usada no livro apresenta dificuldades. Como se quem escrevesse não estivesse seguro da língua que usa para escrever.
Muitas palavras ficam em terminações incorretas, erros de gêneros e misturas de elementos do aramaico. Com certeza o livro mais confuso do Tanakh.
Existe aqueles que dizem que o livro foi escrito em Aramaico e depois traduzido para o hebraico. Mas para isso a obra de Jó teria que ser escrita após a era exílica. Pois foi neste período que foi criado o Aramaico. Atribuindo a época que Jó viveu depois do Exílio.
Faz muito sentido, mas "tem buraco neste queijo".
De ponto de vista cultural:
A religião que se apresenta no livro é do tipo Primitiva, não institucionalizada e denota à época em que não existe sacerdócio e nem santuário.
Podemos ver isso quando a ira divina é aplacada mediante sacrifícios oferecidos pelo patriarca (Jó 1,5;42,8; ligação com Nm 23,1. 14,24).
Também podemos ver isso observando que a riqueza é medida pela quantidade de rebanhos e escravos, reparando em: Jó 1,3; 42,12 que confere com Gn 12,16; 32,5.
Outro ponto que denota isso é o período de vida que é relatado cuja Jó viveu, como demonstra em 42,17, que apenas se igual a ou é superada nas gerações patriarcais.
Colocando o texto como muito antes do Exílio.
Ficando então os dois pontos de analisar o texto em contradição.
Pois em um concluímos que apenas poderia ser escrito depois do Exílio, pois tem conteúdo em Aramaico, e na segunda analise colocando que o personagem viveu muito antes do exílio.
Olharemos então agora pela dependência Literária:
Existe uma outra história que não são escritos dos Hebreus mas sim de "Ugarit" escrito por Kirta, que a história é muito parecida com a de Jó, apenas mudando nomes e o lugar onde a história ocorre. Alguns por ironia chamam essa história de Jó babilônico para enfatizar a semelhança das histórias. Como um convite para incitar a guerra para saber de quem é a autoria primária.
Essa história de Ugarit já era conhecido pelos tablitas do século VII A.C, mas possui uma forma mais antigas pelo menos de 1000 anos.
Devido tudo isso, existe um considerável números de estudiosos que acreditam que o livro de Jó seja uma reinterpretação da história de urgarit que também era o personagem de Jó.
Assim ficando ainda mais confuso saber a origem real do livro.
Mediante todos os dados apresentados por diversos pesquisadores conclui-o eu, de forma parcial que o livro de Jó foi escrito por alguém que não quis se identificar depois da era do exílio, remontando a história da época de Kirta, fazendo uma verdadeira cronica Narrativa. Como se pegasse a história que aconteceu e remontasse ela dentro do Senário Judaico. Para extrair dela um verdadeiro ensinamento ou moral de vida.
(Isso era comum entre os Judeus).
(Isso era comum entre os Judeus).
Considerando que o tal personagem Jó existe mesmo. Apenas não da forma colocada.
Pois ao meu ver, seria a unica maneira de resolver o tal conflito.
Mas deixo claro que essa é a minha opinião partidária. Deixando o assunto ainda aberto.
Considerando que "Cronica Narrativa" e não se deve confundir com Cronica Histórica.
Logo nem o autor e nem a data é algo concreto.
Vemos agora o gênero Literário:
O gênero literário de Jó é de um poema.
O livro inteirinho foi escrito em forma de poema. Qualquer grande pesquisador de gêneros literários , conhecedor de cultura judaica reconhece como sendo um poema.
Alguns colocam como poema-histórico.
Sendo que os capítulos 1,2 e 42 foi escrito em em formato de Música ou de prosa. Considerando que antigamente as músicas do povo Hebreu era em forma de prova, vide o livro de Salmos.
Temos provas disto.
Existe cinco principais tipos de descrever as poesias Hebraicas;
Vamos dar uma olhada.
Temos:
Mizmor: que é a poesia cantada, acompanhada por alguns instrumentos de corda.
Shir: Que diz respeito a qualquer tipo de canto e não é feito com instrumentos musicais.
Mashal: Uma comparação, um provérbio,ou um cântico satírico.
Quiná: lamento, fúnebre que expressa a dor que a morte causa.
Tehilá: Que é hinos de louvor.
Nestes capítulos temos um artifício muito usado nas poesias hebraicas que é o paralelismo. Que utiliza todos os tipos de poemas.
Da para saber disto pela fato de que em primeiro sinônimo, quando a segunda linha repete o mesmo pensamento que é expressado na primeira linha, depois em antitético, quando a segunda linha forma um contraste em relação a primeira. E Sintérico, Quando a segunda linha aumenta o pensamento expressado na primeira linha.
O último caso podemos ver isso em Jó do Hebraico em Jó 4:7 Jó 16:20; Jó 4:9; Jó 19:21, em outros versos também.
O último caso podemos ver isso em Jó do Hebraico em Jó 4:7 Jó 16:20; Jó 4:9; Jó 19:21, em outros versos também.
Mesmo tendo um caráter poético, muitos outros autores após exílio ainda mencionam Jó para dar exemplos, como vemos em Ezequiel 14:14,20, ou em Tiago 5:11.
Mas precisa lembrar que o fato de dar exemplo não indica que realmente é uma história real.
Eu posso muito bem pegar uma fábula ou uma crônica e tirar dela um exemplo de vida para explicar algum assunto.
Se caso fosse escrito por Salomão, poderia ter acontecido o caso de o pergaminho ser queimado, e depois da era do Exílio alguém que lembrava da história escreveu novamente a história, remontando, mas colocando algumas palavras em Aramaico para deixar claro para quem ler que aquele escrito não era o original mas apenas uma reconstrução do escrito original. Considerando o fato ocorrido, quando o templo de Salomão foi derrubado.
Sabemos que a possível história que parece mais cronica, seja de uma época patriarcal pelos seguintes fatos que podemos reparar:
1) O texto não menciona nenhuma das grandes instituições de cultos de Israel. Como Sacerdócio ou santuário. Percebemos que Jó demonstrar ser o próprio sacerdote da casa (1,5), como na era patriarcal.
2) Não vemos nenhuma referência à Torá.
3) A riqueza de Jó é medida como as de Abraão e Jacó.
4) Jó viveu aproximadamente 200 anos como vemos em (Jó 42). Sendo que essa idade só era comum na era patriarcal.
5) A terra de Jó estava sujeita às invasões de grupos tribais. Conforme registros textuais de Ugarite, tais invasões eram bem comuns no início do segundo milênio A.C.;
6) Ezequiel fala de Jó junto com Noé em Ezequiel 14: 14,20.
Um fato interessante considerar:
Muitos cristãos utiliza-se alguns versículos do Livro de Jó para defender que este já estava professando a existência do messias e que o mesmo seria Yeshua(Jesus).
Mas na maioria dos versículos que estes citam não é de forma clara é lucida a colocação.
Pois de forma abstrata fala.
Apenas em Jó 16:19-21 tem uma passagem que levaria a pensar nisto. Mas em contra partida dela temos várias outras para demonstrar que Jó não estava falando do Messias quando se referia ao Redentor dele.
Atualmente a ideia de um intermediador entre Deus e homem para os Judeus é uma contradição O Torá oral e a Cabala Milenar que diz que o ser humano está infinitamente conectado a Deus e que não é necessário um intercessor. Sendo ligações diretas a Deus.
Para alguns amigos Rabinos e Cabalista nesta parte ele se referia a algum parente distante dele que já tinha falecido viria ajudá-lo. Igual aconteceu com o "Remidor em Rute".(Torá Oral)
(trata-se de uma crença dos Judeus, onde os parentes que foram bons homens que viveram em outras épocas pudesse interceder a Deus para aqueles que ainda estão vivos na terra ou em tormento no Sheol*. Essa crença atravessou a Era cristã e ainda hoje existe comunidades Judaicas que se apoiam nesta possibilidade. Podemos ver uma referência disto quando Jesus relata a história De Rico e o Lazaro.)
*Sheol é o termo onde os tradutores incorretamente traduziram como Inferno. Sheol é equivalente ao Purgatório pregado pela igreja católica. Qualquer Judeus explica isso. A palavra inferno não existe no Hebraico. Inferno vem do latim "Infernus". Não podendo assim estar na bíblia.
Podemos ver com mais certeza e clareza ainda que não se tratava de Messias o intermediador em Jó 33:23.
Quando diz: "Havendo, porém, um anjo ao seu lado, como mediador "entre mil", que diga ao homem o que é certo a seu respeito.
Destacamos a palavra "entre mil", provando que o redentor e remidor que ele citava não era Messias ou Jesus, pois se fosse seria único.
Mostrando assim que se tratava da crença dos Judeus que quando alguém tivesse uma vida digna e boa se tornava anjo para ficar junto a Deus e interceder pelos outros que ainda estavam vivos.
Nesta crença de intercessores, eles acreditavam que quando alguém estava de confronto com Deus, isso é, um de mal com o outro, um parente que já tenha falecido e que foi um bom homem perante Deus, serviria de intermediador, um religador entre os dois. Entre Deus e o indivíduo que estava sobre a terra. Em algumas linhagens diziam que isso só acontecia se o que estivesse vivo clamasse a tal ajuda.
Obs: Provavelmente o texto que esta em Yyob(Jó) não é o mesmo da história original que é de "Ugarit", por conta disto que no texto tem misturado crenças e costumes do Povo Judeu.
Obs: Provavelmente o texto que esta em Yyob(Jó) não é o mesmo da história original que é de "Ugarit", por conta disto que no texto tem misturado crenças e costumes do Povo Judeu.
Como deve ler o livro de Jó?
Normalmente quem lê os textos em português não tem noção sobres os níveis de interpretação Judaico dos textos.
Trata-se de diferentes níveis de forma de leitura, que é feita em cada texto. Destacando deste modo que cada texto tem um gênero literário textual diferente do outro.
Existe quatro níveis de interpretação dos textos em Hebraico.
Estes diferentes níveis de interpretação dos textos são chamados de Pardês que quer dizer Jardim. Na ideia de que você colhe aquilo que consegue ver.
Também alguns escrever como PaRDeS é uma sigla para as quatro abordagens.
São elas:
1 – Pshat – o "simples significado", ou significado LITERAL. Assim é ensinado para as crianças e adultos que ainda não estão familiarizados com a Literatura da Torá. O ensinamento Literal é o mais apropriado neste caso.
2 – Remez – "dicas" de um significado Alegórico, um ensinamento mais profundo, e não apenas a expressão literal. Atingidos por pessoas com melhor nível cultural e amplo conhecimento de Torá.
3 – Drash – "interpretação"; descobrir o significado através do Midrash, analisando as palavras, a colocação, os formatos das Letras, por comparação palavras e formas e também por ocorrências semelhantes noutros locais. Aqui este nível está disponível para pessoas de grande conhecimento em Torá, já no caso destacando-se dos demais!
4 – Sod – o "segredo" ou o significado místico e metafísico de uma passagem. Trata-se aqui de um conhecimento secreto, geralmente está mais para as pessoas que estão com um nível muito avançado de conhecimento de Torá. No caso o Sod é alcançado por exegetas, rabinos, e aspirantes a Kabala.
Sabendo destes quatro níveis de interpretação, gostaria de informar a vocês que em qualquer Escola Judaica e rabínica do mundo irá aconselhar a ler o livro de Jó sempre no Segundo e terceiro nível e nunca no primeiro nível como fazem os brasileiros.
"Pois a letra mata, e o espírito vivifica."
Infelizmente no Brasil a maioria ler Jó como primeiro nível, como se fosse um fato histórico e literário, assim abrindo portas para o fanatismo e o achismo.
O primeiro capítulo de Jó por exemplo sempre é lido nos templos Cristãos usando o primeiro nível, considerando a história como fato ocorrido, e considerando que Satanás é algo exterior. Usam o tal texto para sustentarem na história do Anjo caído que nunca fez parte da cultura do povo Judeu em nenhuma época em nenhuma linhagem. Sendo a história do anjo caído constituído pela Igreja Católica nos primeiros Concílio de Liceia.
A história do Anjo caído é de origem pagã. E nunca fez parte do Cristianismo Primitivo.
{Vide: DIDAQUE (literatura do Cristianismo primitivo) Flavios Josefo(Maior historiador do povo hebreu) e tantos outras literaturas Judaicas.}
Na próxima Quinta-Feira irei fazer a tradução e a interpretação correta utilizando os níveis de interpretação coerentes neste blog do primeiro capítulo de Jó.
E não vou fazer hoje, porque este texto já está muito grande. Mais do que o normal.
Espero que tenha atingido a todos neste texto. E que não tenha ficado muito embolado as informações.
Gostaria apenas de acrescentar também que o objetivo do livro de Jó como relatam meus grandes amigos Rabinos e professores de Judaísmo, foi feito para mostrar que nem sempre aquele que está sofrendo é porque pecou. As vezes o sofrimento é uma escolha do próprio espírito para se aperfeiçoar diante de Deus e se aproximar ainda mais de si mesmo e do criador.
Tudo isso porque tempos atrás, acreditavam os Judeus que todo sofrimento era causado pelo pecado da criatura Humana.
Sendo então o livro de Jó uma verdadeira Crônica Narrativa, uma verdadeira Alegoria de informações.
Essa é a nossa postagem de hoje.
Grande abraço a todos.
Shabat Shalom
Namastê
MUITO BOM GOSTEIhttps://www.facebook.com/groups/396788180446883/''Espíritualidade%20com%20simplicidade''
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